No celular de alguém meu sobrenome é TINDER.

Na era da tecnologia e de relacionamentos líquidos, somos invadidos por muitos aplicativos de relacionamentos. Como tudo na vida, não há 100% de consenso de que estes recursos sejam positivos ou negativos, tudo depende do uso que se faz dele. Não há como negar que a ideia é extremamente positiva, aproximar pessoas em um simples touch na tela do seu celular, isso é fantástico, porém... o mal uso deste recurso é que banaliza a ideia do alinhavar desses encontros. Há de tudo, todos os tipos de pessoas, perfis, histórias, idealizações, verdades e mentiras...muitas mentiras.  Parece, aliás, parece não, é fato que todos se expõem como se estivessem em uma vitrine, prontos para ser apreciados e escolhidos em um simples toque digital... Sim, é assim mesmo, apenas os hipócritas  romantizam algo diferente disso. E sim, eu faço parte destes aplicativos e tenho muita história para contar sobre eles (quem sabe um dia, não vire um livro), tenho certeza que aparece no contato do celular de alguém com o sobrenome Tinder, "Gislene Tinder". Enfim, o recurso está ai, pode ser sim, um facilitador ou não, depende de quem usa, como usa mas o que me chama a atenção e por isso resolvi parar para refletir, é o que faz as pessoas serem tão descuidadas quanto ao uso desse tipo de recurso. A começar pelo perfil, só por ali já podemos fazer uma prévia do que é mostrado ou do que deveria ser melhor elaborado. Não existem relacionamentos de contos de fada, mas existem cuidados, estou falando de cuidar mesmo, que  já revelam mais do que as poucas palavras ali descritas. O que faz a pessoa estar em um aplicativo de relacionamentos, buscando conhecer pessoas e até quem sabe para um futuro relacionamento, de fato, mas a pessoa não tem o cuidado de selecionar as fotos que teoricamente, estão ali para mostrar a pessoa, mas este serzinho coloca foto com a  ex esposa, com o filho, ou pior, apenas a foto do filho, da moto fodástica, o carro de um milhão de dólares financiado em três encarnações, foto com 15 pessoas quem você não faz a menor ideia nem quem é  a pessoa que está querendo se expor no perfil, foto de quando começou a engatinhar.... Esse é o tipo de perfil, que  eu, eu, analiso e fico tentando desvendar o segredo... ele está querendo mostrar a família feliz que teve um dia com esposa, filhos, cachorro e papagaio? Está querendo vender a imagem de ser o pica das galaxias com  carrão, lancha e tudo o que o dinheiro pode comprar? Ele está querendo apenas expor os amigos para que eles também encontrem alguém para se relacionarem?  Ele é um sem noção que nem ao menos se deu conta do que está fazendo? Se ele não tem o cuidado de dispor de 2 minutinhos para escolher as fotos que vai "se mostrar", que cuidados essa pessoa tem com ela, e quiça terá um dia com alguém??? A tecnologia é apenas um facilitador, talvez um mediador, um meio de encurtar distâncias e etapas nesse processo mas nada substitui o olho no olho, a conversa, o conteúdo, a conquista.  Enfim, esses aplicativos, são mesmo verdadeiras vitrines, mas será que a ideia é vender ou comprar??? Em era tecnológica, de milhões de ofertas, relacionamentos fluídos, é preciso SER mais que TER e parece que é muito difícil que esse conceito simples de valores sejam percebidos por grande parte das pessoas. Apesar de estarmos vivendo nesse mundo de relações e comportamentos líquidos, isso não significa que seja condição ímpar de sermos voláteis, inconsistentes e descartáveis.   

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